sexta-feira, 27 de março de 2009

A caixa liberou todos os males. Mas guardou a esperança



Eduardo Martins
A palavra deu nome a mais de uma personagem do cinema, a uma distribuidora brasileira de filmes, a um dos satélites de Saturno e a um site do qual se podem baixar músicas na internet. Como lenda, foi tema de filme com Angelina Jolie. Alguma razão, haveria para que Pandora tivesse tão amplo número de referências.

Segundo a mitologia grega, Pandora foi a primeira mulher na Terra. Para castigar o titã Prometeu, Júpiter ordenou a seu filho Vulcano que criasse, do barro, uma mulher tão bela e encantadora que provocasse a infelicidade dos homens. Na origem, Pandora significa “todos os dons”, “todas as dádivas”, tamanhos foram os predicados que as divindades do Olimpo puseram nessa mulher.

Pandora foi dada como mulher a Epimeteu, irmão de Prometeu, o titã que havia roubado o fogo do céu. A primeira mulher na Terra levou do Olimpo uma caixa cujo conteúdo não conhecia. Recebeu a recomendação de não abri-la, mas ela ou o marido, Epimeteu, abriu a caixa, que continha todos os males do mundo. Até aí a humanidade não conhecia doenças nem dores. Por isso se fala hoje em caixa de Pandora como algo que desencadeia problemas ou aflições. Ficou, porém, um consolo: no fundo da caixa restou a esperança.

Vulcano, o filho que cumpriu a ordem de Júpiter para criar Pandora, emprestou o nome a um dos maiores perigos para a humanidade, o vulcão. Vulcano, identificado ao deus grego Hefesto, nasceu tão disforme que Júpiter o lançou do alto do Olimpo ao mar.

Recolhido por Tétis, filha de Oceano, foi por ela criado numa gruta, na qual desenvolveu a habilidade de fabricar brincos, broches, anéis e braceletes. Também criou duas forjas onde foram polidos pela primeira vez o ouro, o ferro, o cobre e o aço.

Sua oficina ficava sob o monte Etna, na Itália, que encerra um dos vulcões mais ativos do mundo moderno. Transformado em deus do fogo, Vulcano é representado habitualmente ao lado de uma forja, tendo numa das mãos um martelo e na outra um raio.

Eduardo Martins é editor de O Estado de S. Paulo e autor do Manual de Redação e Estilo do jornal.

Revista Historia Viva

3 comentários:

Anônimo disse...

Olá, dá licença...
Vou ler isto todos os dias.
Pandora - gosto demais da história e significados, simbologia.
Aprendi muito aqui,mais um muito sobre ela.
Convido-o a ler uma postagem meio antiga que tenho sobre a simbologia de Pandora, uma coisa mais de jeitos femininos de ver.
Vou voltar aqui. Pode?

Unknown disse...

Em primeiro lugar, parabéns, pela beleza do novo visual do blog.
Muito bom gosto!
Amo mitologia, e Pandora é um dos meus mitos favoritos. Ela sofreu muito ao abrir a caixa. Simbolicamente, há uma caixa de Pandora dentro de cada um de nós.
Júpiter era mau, muito mau.

Adorei vir aqui hoje. Gosto de vir todos os dias, mas estou com problemas no PC

Abraços, Eduardo

Meu carinho

Mirze

b disse...

Inteligentérrimo e gentil, você é.
Obrigada.
Fui lá no Pedagogia/Ciências, mas não tive inteligência nem sagacidade prá comentar lá - mas aprendi sim.
Só ficou uma curiosidade:
Como chamariam em latim:
Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali, o Anjinho, Chico Bento, o Louco e etc...?
Já que falou em Papa Léguas e Coiote, lembrei dos meninos e meninas do Maurício de Souza, cada qual mais característico em suas características.