domingo, 12 de dezembro de 2010

O carater Religioso e profano das festas Populares: Corumbá, Passagem do Século XIX, o par XX

Festa de São João - Corumba (bonitopantanal.files.wordpress.com)
O carater Religioso e profano das festas Populares: Corumbá, Passagem do Século XIX, o par XX

João Carlos de Souza 1
UFMS / Dourados

Corumbá constituiu-se Num centro comercial parágrafo Mato Grosso logotipo epidêmico uma Guerra do Paraguai (1865-1870). ESSA condição, SEM Dúvida, esteve Associada AO Fato de ter-se tornado o terminal de Ponta da Navegação internacional Pelo Rio Paraguai. Recebeu, entao, Impulso Grande, Saindo da condição de hum Pequeno vilarejo, qua nd se havia mantido Por Século hum Quase. Fora fundada in 1778, À Margem Direita do Rio Paraguai, parágrafo SERVIR de Ponto de Apoio ao Forte Coimbra e Territórios assegurar um Portugal, com uma entao disputados Espanha.

Nas Últimas Décadas do Século XIX, recebeu muitos Imigrantes paraguaios, bolivianos, Italianos, portugueses e Posteriormente,, Sírio-libaneses, tiveram Que Participação Direta NA SUA Constituição de Vida Urbana. Efetivos do Exército e da Marinha contribuiram also NA SUA Formação de População. A vila, favorecida Por isenções de Impostos nsa Primeiro Anos da Década de 1870 varias, acolheu Casas Comerciais, Aspecto Que, somado imigrações como, contribuiu Rápido Crescimento hum par. ASSIM, FOI elevada à condição in Cidade de 1878.

E n'esse Período, Que se estende comeu uma Segunda Década do Século XX, nenhum Processo de Constituição de Seu Meio Urbano, discutiremos Que uma Participação da População de Trabalhadores Festas Populares em, Entendendo como Como hum Momento significativo de Sociabilidade, Integração de Culturas e Entre ALGUMAS tensões de facetas SUAS, de Expressões autónomas e de resistências EAo Novos comportamentos requeridos Pela Modernidade da Ideologia, principalmente Expressos Pelos termos Progresso e Civilização. Recuperamos os tais Vivências nd Imprensa Periódica, in relatos de memorialistas e Viajantes, DISCUTINDO SEUS Significados e Conflitos.

Como camadas revelam Populares UMA Própria Maneira de Viver o Espaço Urbano de Moradia, lazer e Trabalho, Bem Como SUA religiosidade. Burlam um Vigilância dos Espaços institucionalizados, OS Quer Ligados à Igreja Católica, aqueles Quer chorar como Autoridades Políticas Civis, POIs Vivem also, Em parte, como tentativas de imposição da disciplina de Trabalho, QUANTO ao Emprego Fixo, à assiduidade e EAo Horários estabelecidos, Aspectos Associados à Ampliação da Mão-de-obra livre Naquele Período. O Desejo de impor Controle EAo manifesto era Trabalhadores soluço Diversas Formas essas.

Um Que alguns Leitura Viajantes realizaram Sobre OS mato-grossenses de depreciativa era entao, POIs, Segundo aqueles, Seu Comportamento nao se enquadrava EAo Padrões tidos Por civilizados. Encontramos COMENTÁRIOS Dessa nsa Escritos Natureza do Cônego Jacomo Vicenzi Sobre Sua Viagem Pelo Mato Grosso, in 1918. Afirmou elementos QUANTO Mais Que se afastava do centro civilizado, Mais percebia Que o Sentimento Religioso e Por conseguinte, de Justiça e de Menores ERAM moral. Utilizou-se comeu MESMO dos verbos "ver" e "apalpar", in Relação ESSE um enfraquecimento. 2

Ha, so as to, par o Cônego, hum lugar , Civilização o litoral, do qua da Provinha, EO Meio Urbano. QUANTO Às regioes Mais afastadas, AO chamado sertão, interior ao, caracteriza-o Como o bárbaro da Lugar. Associa o Sentimento Religioso (entenda-se: das Práticas Católicas) AO da Civilização, comportamentos modelares Segundo Por Um Certo Padrão aceito nsa Meios Europeus, desconsiderando, Nesse Caso, uma religiosidade indígena eA dos Africanos e afro-descendentes.

A Igreja Católica, DESDE meados do Século XIX, manifestava preocupação com hum enquadramento disciplinar e doutrinário Maior, Tanto dos Clérigos Como de SEUS fiéis, e tinha Referência OS Por Padrões Europeus, Que ficou conhecido Processo Por romanização . ASSIM SE Explica uma DECISÃO de TRAZER OS padres salesianos parágrafo Corumbá, ocorreu in Que o 1899, e MESMO uma CRIAÇÃO SUA in diocese de 1910. Nesse Contexto, varias Práticas Populares de religiosidade, in Que Razão das superstições que envolviam, nao reconhecidas ERAM OU, OU ERAM com vistas suspeitas Pela Igreja; Entre elas, como festas Maior Autonomia possuíam Que popular.

Como festas juninas ERAM Tradicionais Corumbá in. Periódicos Nós do final do Século XIX, REFERÊNCIAS ha uma ELAS. Identificamos como Primeiras menções nenhuma Jornal O Iniciador , de junho de 1882 e 1883, especialmente Sobre como festas de Santo Antônio e São João. Na Primeira Década do Século XX, nenhuma Artigo "Festas Tradicionais", o Autonomista comentava Que os Santos católicos Santo Antônio e São João haviam Sido Muito festejados in Junho de 1908, com fogueiras, balões e TODAS as classes de Jogos de salão. Em muitas Residências realizaram-se belas saraus , prolongadas comeu de madrugada. Informações Dessas, e Possível identificar JÁ Naquele Momento UMA distinção empreendedorismo como comemorações da elite Setores de locais, Que se reuniam in SEUS Clubes e Salões, eA forma popular, realizada in como Casas Frente. A dança, o baile Pela Noite Adentro, Uma das Características era, nao tão Dessas festividades juninas, mas, in Geral, de Todas As Religiosas comemorações.

Com Relação Às comemorações de São João, Mais especificamente, o referido noticiou Periódico: "Diversas Imagens de S. João, atuarem fazer Cortante Frio Que reinou nd Noite de 23, in levadas FORAM Procissão comeu o da Cidade do Porto, in Cujas o sofreram Águas Banho indefectível "tradicional. 3

Tantas Havia procissões e andores do santo OS Quantos festeiros fossem. Tratava-se de promessa cumpriam PESSOAS que. Todas As procissões acabavam se Encontrando nd Ladeira central, de Acesso AO porto e ao Rio Paraguai, um env Cidade situações-SE NUMA barranca, aproximadamente Trinta metros Acima do Nível do rio. O Banho do Santo constitui-se n'uma das particularidades dos festejos de São João de Corumbá in. Conforme Frederico AG Fernandes, ESSA Prática Veio da Tradição dos arabes: "Ó santo lavado e não do Rio Paraguai, sem intuito de Renovar Forças SUAS e abençoar Tudo O Que se relaciona com o Homem de Águas e com".

O Banho ocorria à Meia Noite, Passagem nd de 23 n º 24 de Junho, env-que se acreditava que a Águas do rio Paraguai tornavam-se milagrosas começavam also e um baixar. Ao analisar como simbologias Desse ritual, Eunice Ajala Rocha menciona Duas versões preservadas Por festeiros e Cantadores Tradicionais de cururu, Que participaram Dessas DESDE festas como Primeiras Décadas do Século XX. Numa DELAS, contava-SE Que, decapitado epidêmico ter Sido, o Corpo de São João Batista FOI UMA Atirado uma fogueira, contudo permanecia íntegro, Brilhante. Tomado Pelos Discípulos de Jesus, FOI lançado ao Rio Jordão. Numa version Segunda, salientava-SE ALGUMAS PESSOAS Que, verem AO O Corpo NA FOGUEIRA, tentavam apagar o fogo Jogando Água, Más a fogueira ficava Maior Ainda. A Água Que se esparramava Junto AO fogo tinha Propriedades curativas. serviços epidêmico Atirado Às Águas do rio Jordão, o Corpo térios encontrado Jesus, in Momento Que estava INTEIRO, ligada à cabeça tronco e João AO vivo: FOI quando João batizou Cristo e Cristo batizou . João 4

Conforme sos mesmos informantes, a festa era UMA Tradição nas Aldeias de Portugal, FORAM E, so as to, Os Portugueses trouxeram um parágrafo Que o Brasil. Buscando compreender SUAS origens européias, encontramos REFERÊNCIAS significativas in Peter Burke, AO discutir uma cultura popular nd Europa Moderna. A festa de São João nd Europa coincide com o solstício de Verão EO Que sugere um autor adotou Igreja medieval UMA festa pré-Cristã SUA EA fez. Chegou a ESSA CONCLUSÃO identificando OS Vários rituais Que festa Aquela compunham: Acender fogueiras, rios in Tomar Banho, Ramos mergulhar. E apresentou uma Interpretação SUA:

O fogo eA Água São Símbolos usuais de Purificação, de MoDo Que plausível e AFIRMAR Que o Significado era uma festa da Renovação eA Regeneração, also e um POIs also existiam, Fertilidade rituais parágrafo adivinhar se uma boa Próxima Colheita OU SE UMA Seria determinada moça se não casaria Ano mês seguinte. 5

ASSIM, uma festa FOI reinterpretada Como o Batismo de Cristo. Não um hino de São João, cantado Pelos Corumbá in cururueiros, como Duas Últimas estrofes do Além referem-se uma ESSE Fato, de mencionarem um version Segunda, um nsa referimos JÁ Que, do Batismo do Próprio João, Realizado Por Cristo:

III
João Batista Santo
Como Deus usou
A batizaste Quem
A batizou vos
A batizaste Quem
A batizou vos

IV
João batiza Cristo
Cristo batiza João
Onde FORAM batizados
No Rio Jordão
Onde FORAM batizados
No Rio Jordão. 6

A festa de São João possui uma Riqueza de varias Tradições Que Sendo incorporadas FORAM. Existem Significados Que se entrecruzam, Crenças Que o desemprego AO sagrado profano. Nessa perspectiva, Frederico Fernandes sintetiza:

A festa de São João não Pantanal Torna-se hum cadinho Onde sentimos Vibrações da cultura pré-Cristã européia, da religiosidade dos portugueses Missionários do Século XVIII, de arabes? Onde VEM de uma ablução do santo? de índios e negros de. Com Certeza, Toda ESSA variedade formou o Cimento Que Ainda Sustenta uma Tradição ... 7

E perfeitamente identificável nd festa de São João Núcleo hum Religioso Cristão, Cujo referencial E a Bíblia: O Profeta vivia Que nenhum deserto e anunciava um Vinda de Cristo, o Batismo de Jesus no rio Jordão, uma decapitação de João Batista. Práticas vigoravam Tambem devocionais Católicas, Como uma novena, uma reza eA imagem da veneração do santo. EXISTE UMA o Emprego de simbologia constituinte da festa (água fogo, Alimento), Que extrapolação ESSE Universo Religioso hum Apresenta potencial e passível de re-significações, EM SUA Razão de universalidade e de SEUS Pontos de Contato com a mencionadas festas pré-Cristas , Como não acontecendo Acabou pantanal. Exemplificando, um utilizada Água nenhum rito do Batismo also simboliza uma Boa Colheita de Esperança, Produção Maior e Fertilidade.

Um dos temas Dessa festa so as to, e uma Renovação. O fogo eA Água associam-se à Esperança de Dias Melhores e Renascimento. Não Contexto da Região, o rio tinha UMA importancia vital parágrafo Toda Aquela População, Que vivia e dependia das cheias do Fluxo e vazantes dos rios do Pantanal. Daí, uma Crença de Que nd Noite de São João, epidêmico O Banho do Santo, como a Águas do Rio Paraguai começavam um baixar. O Ciclo das Águas nd Região, de Geral modo, compreende um Cheia de Dezembro a Junho eA vazante de Junho um Dezembro.

A Própria Caracterização de João Batista Pela Elementos Bíblia Carrega Que potencializam essas Associações. Era Apresentado Como eremita hum, hum Profeta vivia Que nenhum deserto, comia gafanhotos, Conforme descrito nenhum Evangelho de São Lucas. UMa Vida Típica de Quem vivia Lugares Selvagens em. Em Razão Disso, FOI objetivo de identificar com o Espírito da e vegetação, Na Europa, era representado com hum Ramo NA MAO, Fato also Que se verificações no Brasil.

Outro Aspecto Que singulariza um em festa de Corumbá e uma atribuição de uma casamenteira FUNÇÃO São João. ASSIM, como Mulheres realizam varias Práticas e parágrafo Conquistar simpatias par o pretendido. Eunice Ajala Rocha Afirma Que São João LDI adotado Como casamenteiro Corumbá los, recebendo Mais Pedidos Nesse Quesito Que o popular Santo Antônio. Na Que in OCASIÃO como procissões se encontravam, "antes" do santo nenhum Banho, como aproveitavam Moças parágrafo Passar Por Baixo dos andores. ESSA Prática ajudaria conseguir um Marido OU apressar O Casamento De quem tinha namorado. «Além Dessa, simpatias OUTRAS havia, Como um Expressa nsa seguintes versos:

Estenda com Segurança
Numa Linha, Uma Aliança,

Meio Copo de Água Fria
Firme o Pulso, Energia! ...

Se bater ... Conte como batidas
ELAS Serao como Medidas

Que antecedem o Momento
Do sonhado Casamento. 8

E Possível identificar com essas simpatias OS rituais de adivinhação, Fertilidade e mencionados Renovação Já, Presentes NAS festas pré-Cristas.

Como Parte integrante da festa, uma comida, uma Alimentação dos Convidados Merece Um Olhar Mais detido. Distribuida de Graça, o Ponto alto da festa, adquirir UMA importancia simbólica significativa, Tanto se estabelecermos com Relação OS Ritos Religiosos, um dos católicos Comunhão, não QUANTO SE, comunique Que Aquela Hierarquia Sociedade, COM SUA e respectivas Diferenças Sociais. Na festa, havia Fartura, Alimentação à Vontade para Todos. Os Mais Ricos bancavam como despesas sozinhos, enquanto OS Pobres faziam coletas oferecer um par conseguir comida e Cumprir SUA promessa, O Que gerava Espaços de Solidariedade.

Essas festas tinham importancia especial OS n. Pobres Olhar hum e, breve Que Ainda, Sobre SUAS Atividades PoDE auxiliar nd Compreensão de João Pessoa, Seu Universo. Os Pobres não trabalhavam principalmente Setor informal da Cidade da Economia, Atividades in garantiam o funcionamento de SUA infra-estrutura de Transporte, Água e Comércio que. Os Trabalhadores do Transporte de Cargas e carroças in Carros de boi transportavam TODO Tipo de Mercadoria: ERAM Responsáveis Pelo funcionamento da Vida cotidiana, carregando Água, Lenha, Materiais de Construção. Os Carregadores braçais, Incluindo-se Indígenas OS, davam SUA imensa cota de Suor não andamento das Atividades do porto, carregando e descarregando Mercadorias das Embarcações. Os Vendedores Ambulantes OS Produtos faziam Chegar EAo Pontos Mais distantes. Atuarem de TODAS essas Atividades, nao estarem vinculados Por AO Trabalho Fixo, suspeitas geravam, estavam submetidos nao eh um Maior Controle, à disciplina das Horas.

N. Espaços encontramos Festa da OS Trabalhadores do Setor Cidade da informal, Integrados com uma COMUNIDADE. A Presença Nessas Atividades Populares revelação Que nao perdiam Oportunidades de inserção, especialmente o nas festas de São João e comemorações NAS Religiosas Demais / Profanas. Entre OS festeiros lembrados DESDE o Início do Século XX, o vendedor ambulante CONSTA Aquidabã. Segundo Renato Báez, elementos tinha uma promessa de São João Batista e de Todos os Anos, junho em, casa noturna promovia novena SUA los, com grande Participação Semper, e realizava uma festa do Santo, com Fartura de comida e bebida. 9 Presença Grande Havia populares NAS festas de São João. E Possível Que explique ISSO SE, «Além das simbologias JÁ citadas, EM UMA FUNÇÃO de Identificação das camadas Pobres com o santo, representado Como Figura simples UMA, Vestido de Pele de Ovelha e Descalço.

Os Momentos de ocorriam JÁ Sociabilidade Durante um Preparação das Atividades, especialmente NAS festividades promovidas Pelos Pobres. Um DELES era um Própria Coleta de Alimentos. Na festa, a uma Alimentação Distribuida Todos ganhava uma Dimensão de Partilha.

Entre como festas, uma de São João Apresenta UMA Relação Muito significativa com o Universo rural. Símbolos Os Que compõem um, mencionados Já, nao deixam de reveladores ser. Um dos Própria gratuidade Alimentos Lembra OS mutirões de Trabalho Pelo interior do Brasil, OS cais Quais d'Orsay, uma Colheita epidêmico, São Seguidos de Refeição e MESMO baile, promovidos Pela Família Que estabele Sendo beneficiada. Pará Melhor compreender um in manifestada importancia relatos Sobre ESSE Momento da festa, uma Refeição coletiva, recorremos uma Bakhtin e SUAS Reflexões QUANTO AO banquete, Que OUTRAS nsa oferece possíbilidades de Interpretação:

N º s Trabalhos Por mutirão, ha O Trabalho coletivo, seguido da Refeição. O eh nao comer e ato da Vida Privada, NEM UM UM ATO acontecimento meramente biológico, MAS social. HÁ UM Significado fundamental: devora-se uma Parte do Mundo Que Acabou Conquistar de si.

Um Elemento PRESENTE NAS Populares e festas organizadas NAS Pela Igreja era Corumbá lhes uma comida. Festa Que comida e ma festa e bebida, e de Graça. Não Caso da festa de São João, Fazia Parte integrante da promessa. JA mencionamos o vendedor ambulante Aquidabã Como festeiro hum, EA SUA fama de festa also Pela Fartura de comida. Os festeiros ofereciam salgadinhos, à Noite, EO Almoco nenhum mês seguinte dia, jantar alguns comeram o. «Além do churrasco, do arroz carreteiro, sopa da Paraguaia ...

indissociabilidade Essa, com uma festa da Alimentação estabele ligada Imagens como fazer banquete, e da abundancia do universal. Deter-NOS-emos UM POUCO Nessa simbologia da festa, culminando com uma Que Refeição. Ao analisar OS banquetes da Época de Rabelais, Bakhtin Universalismo Seu assinala. Culminam epidêmico Atividades de Trabalho, realizadas coletivamente. O representante Banquete Vitória do Homem Sobre o Mundo:

O banquete celebra semper Vitória, e UMA SUA Propriedade Caracteristica da Natureza. O triunfo do banquete e universal, e o Triunfo da Vida Sobre uma Morte. Nesse aspecto, E o Equivalente da Concepção e do Nascimento. O Corpo vitorioso absorver o Corpo vencido e se renova.

... tem imagens de banquete guardam semper SUA importancia Seu Maior Universalismo, COM SUA LigAção essencial a Vida, a Morte, A Luta, a Vitória, o triunfo, o Renascimento. Por ESSA Razão, essas Imagens continuaram a Viver, não universalista Seu Sentido, in de Todos os dominios da obra criadora popular. 10

Comentà Ainda Bakhtin Que o banquete e UMA Peça necessaria de um desses itens regozijo popular. Imagens Nas fazer Beber e comer, de Graça, uma revelação Tendência à abundancia.

Incorporando Mais ESSA Dimensão, arriscamos Uma interpretação Sobre popularização Dessa festa EA Caracterização do santo casamenteiro Como. Atuarem de "cristianizada", uma festa de São João manteve UMA Série de simbolismos Universais, Que, sem Contexto da Região Pantaneira, a Força ganharam, adquirindo Elementos in autonomos Relação Às festas institucionalizadas Pela Igreja Católica. Os Ritos do Fogo, da Água e da Refeição, JÁ Conforme comentado, guardam UMA Associação Renascer o com um bis Fertilidade Renovação. E in interpretar Possível Que FUNÇÃO cessos de Todos simbolismos, Gerando Sociabilidade Grande, uma festa tornou-se also Momento propício hum arrumar parágrafo Parceiro (a) (a), Uma Vez Que era um grande Oportunidade de Encontro. Conforme Dias festas duravam, Encerrando-se com uma de São Pedro, in 29 de Junho, e muitos moradores das fazendas vinham n. A Cidade Nessa ocasião. ISSO Ajuda um compreender Por quê São João assume also O Papel de santo casamenteiro.

Outra caracteristica era uma festa da dança eA cantoria, Fazendo Parte da also e reza do Baile. Os dez curureiros UMA Participação especial NAS festas de São João, presidir o Levantamento do Mastro. Cantam, dançam e rezam acompanhados de Instrumentos Dois, uma viola de cocho EO reco-reco. Ao referir-se AO Cururu, Eunice Ajala Rocha define o ASSIM:

O Cururu UMA é "brincadeira" Que envolvem Movimento, música, cantoria e sapateado, qua nd Tomam Homens somente Parte. Encerra Sentido duplo hum, de religiosidade e lazer Que se entrelaçam e se de ACORDO COM O Motivo Que Leva o Grupo A se réunir, Dando uma Origem desemprego Movimentos diferenciados. 11

Na Imprensa, encontramos UMA das Primeiras REFERÊNCIAS Sobre ESSA dança não Periódico O Iniciador , de Outubro de 1880. Tratava-se de Reclamação UMA alguns moradores de fazer Acampamento de São Francisco Xavier, pedindo Providencias Às Autoridades compétentes "Afim de q'os Amantes de tal divertimento Cururu deixe descançar uma humanidade Altas Horas da Noite, Que POIs Quem trabalha de dia aquellas descançar Quer Horas ... Assinado: Que hum nao e vadio ". 12

Pôde-se perceber uma inserção Desse divertimento não Âmbito popular Pelo Espaço in SITUADO estabele Que, o Acampamento São Francisco. ALGUMAS áreas da Cidade epidêmico formaram-se uma Guerra do Paraguai, com uma Chegada de Tropas do Exército, acompanhadas dos viandantes, Que se estabeleceram Próximos à barranca do rio. Nao respeitavam o Planejamento das quadras previstas Cidade parágrafo um, in Formato de xadrez, e carater Seu Provisório FOI permanecendo. Tais áreas tornaram-se Objeto de DISCUSSÃO NA Primeira Década do Século XX, com tentativas de incorporação de no-las AO Cidade da Plano E AO Padrão de casas consideradas higiênicas. Predominavam, Nessas áreas, OS moradores das camadas Populares.

A Matéria do Jornal Elementos oferece parágrafo inferir Outros Aspectos do cotidiano. Observamos Que ESSA Reclamação e realizada in Pleno MÊS de Outubro, não qua nao havia festas Tradicionais; so as to, o Motivo de OS curureiros se reunirem era o lazer EO Ensaio. Que um registo dança provocava Barulho e era desenvolvida comeu Altas Horas da Noite, prejudicando o sono de PESSOAS Que trabalhar não precisavam dia mês seguinte. DO CASO, Dois Aspectos salientados podem ser. Em Primeiro Lugar, o Fato de Que alguns moradores estavam inseridos n'uma Rotina de Trabalho n º mês seguinte dia, Revelando Que A Cidade JÁ possuía Grau Certo hum de Organização do Trabalho determinada, exigindo disciplina Pública, Ordem SEM Invasão da privacidade alguns, de e de Seu Descanso. Apela-se um parágrafo Autoridade, exigindo Providencias, restabelecimento da Ordem. Um Segundo Aspecto caracteriza-se Como o reverso do anterior, e uma atribuição desqualificadora parágrafo OS adeptos Dessa Modalidade de música / dança, insinuando-se Que OS mesmos nao tinham o Que fazer ERAM vadios. Havia, so as to, Conflitos gerados Pelos estilos de Vida Que se constituíam Cidade nd, MESMO OS Entre Trabalhadores. ESSE Tipo de Discriminação in OUTRAS ocorreu Cidades, Como no Rio de Janeiro, in Relação Às Populações Negras e AO samba. 13

Presença marcante Cururu tinha varias, in O nao tão festas juninas NAS, also in OUTRAS Como Atividades Religiosas e Sociais, Casamentos Como, batizados etc ASSIM, era praticado Durante TODO o Ano Pelos Grupos Que se reuniam par ENSAIA lo. Considerando Aspectos sos, uma "brincadeira" era levado um Trabalho Sério, O Que nao subtraía o carater prazeroso e Sadio da Atividade, vivenciada lazer Como also. Os Cantadores, como duplas do Cururu, Maior Significado ganhavam e nsa Momentos Destaque de Comemoração, POIs Elementos ERAM Animação e da chave, Conforme Fernandes, a ESSA Responsabilidade dos Cantadores era UMA forma de integração los à Sociedade. Que E CONCLUI "E Os Laços fraternais Muito Comum Entre OS e Cantadores Demais festeiros estenderem-se par da festa Além, Por Meio do compadrio ". 14

Como nao ERAM Reclamações dirigidas Unicamente AO Cururu. O Periódico MESMO, UM MÊS pingos, EM SUA Seção Campo Neutro, registrara como CONSIDERAÇÕES da moradora Maria de los Angeles Silva, defendendo uma dança Gomba, Que possui o MESMO Nome do Instrumento Que Acompanha um. Uma moradora informava Que tinha lido nenhum Corumbaense 15 Artigo hum Criticando uma dança, e Que havia PESSOAS COM SUA incomodadas Prática um. Questionou o porqué de como PESSOAS COM nao se incomodarem "um cantarola do Cururu Dias e Noites Seguidos tal". Argumentou, descompas Além, parágrafo Que divertimento Seu realizarem, Licença pagavam, COM OS contribuindo cofres Públicos, e pediu uma Polícia Que nao Desse Maior importancia AO Artigo. 16

Provavelmente, como Mulheres paraguaias estavam Naquele Período Preparando uma festa de Nossa Senhora das Mercês, comemorada não Início de Setembro, Conforme noticiado in O Iniciador in AO NÚMERO subseqüente da referida Carta da Paraguaia Los Angeles. 17 Na Comemoração da festa profana, Entre OUTRAS Diversões , constava uma Gomba.

Danza Colectiva de origen negro, de Carácter frenético y gran numero de Participantes. Se bailaba uma Partir de 1860 al Ritmo de tambores de Diferentes tamaños, algunos de Grandes dimensiones y Sonido Profundo Que era audível um Kilómetros varios. Se volvio muy y su práctica popular fue y luego combatida Perseguida Por las Autoridades, Por considerarse lasciva ruidosa y, al punto Que en 1878 se prohibió su práctica, Por las Autoridades eclesiásticas. 18

A menção à Polícia, Por Parte de Maria de Los Angeles, n Que nao Desse Ouvidos Às Críticas Feitas à Gomba, Ganha Uma Nova Dimensão AO considerarmos como Informações Sobre a dança e As restrições não sofria Que Próprio Paraguai, in 1878, in Razão do Barulho e da lascivia, Dois Componentes intensamente combatidos Nesse Período, especialmente sem Meio Urbano, Onde havia uma grande preocupação com disciplinarização EO Controle dos Trabalhadores. Em hum Estrangeiro País, poderiam sofrer restrições OS paraguaios Maiores Ainda; Daí, Provavelmente, SUA preocupação ver nao lhes uma envolvida Polícia.

Revela Que era usual e Recorrente Solicitar OS Serviços da Polícia parágrafo Trabalhos Dessa Natureza. Dela, Esperava-se uma Solução dos Conflitos cotidianos, SUA Intervenção parágrafo impor uma Ordem, o Silêncio, uma tranquilidade. Era o Poder de Polícia um Serviço da Ordem Nova Que o Meio Urbano e estavam Modernidade SUA um requerer, MESMO NUMA Formação in Cidade e nada industrial, Corumbá Como.

Como OPINIÕES DOS NOSSOS Maria de los Angeles permitem inferir nsa Que havia Alguma rivalidade Entre OS Grupos Populares, OU, Mais especificamente, com EAo paraguaios Relação, POIs um Gomba estava um Associada SUA cultura, lazer AO Colônia Paraguaia da. Nao PODEMOS desconsiderar o Período in Que ISSO estava ocorrendo, proximo relativamente fazer Término da Guerra contra o Paraguai, in Torno Anos de onze, o Que, Em parte, Explica um Discriminação e Os Conflitos OS n. paraguaios com. Longo do Além Disso, confirmação Que OS Grupos de Cururu se reuniam com Freqüência, mantendo-se permanentemente Atividade in AO do Ano, e nao tão in períodos de festas.

Outro Aspecto significativo das mencionadas Denúncias e Que A Imprensa de Corumbá, in 1880, also tinha repercussão Junto EAo Grupos Populares. Se Estes OS Periódicos liam nao, Pelo Menos SUAS Lideranças Acesso tinham uma enguia e do Conhecimento tomavam Que lhes interessava Mais diretamente, POIs, de Alguma forma, Comunicado era ISSO lhes. A Resposta de Maria de los Angeles, SUA Por Vez, nao veiculada FOI MESMO Jornal Que não publicara o Artigo Criticando um Gomba, in Outro mas, adversário.

Como festas, com de Todos os Que Componentes como Constituinte, São mencionadas Pelos com Freqüência memorialistas DEPOIMENTOS OU PESSOAS EM de não viveram Que Início do Século XX, Revelando Que marcaram Época EA Memória de Segmentos Sociais Certos. A Presença dos Trabalhadores do Setor informal, Conforme mencionamos, possuíam revelação Que Diferentes Formas de Sociabilidade, Que nao estavam isentas de Conflitos, MESMO Entre Grupos Populares, Como como REFERÊNCIAS Sobre como Práticas e da Gomba fazer Cururu. «Além das Questões do Pará JÁ mencionadas, como festas constituíam-se in Momentos privilegiados de Difusão de Tradições, como danças Como Duas referidas.

Como comemorações de São João UMA tinham nao Dimensão institucional, oficial, Uma Vez Que partiam da Iniciativa das PESSOAS Promessas Que faziam, chamados festeiros OS. NÚMERO Esse, Conforme aludido Pelo Periódico Autonomista , de junho de 1908, era expressivo citado ja. A casa do festeiro era o centro das comemorações: da novena, faça erguimento do mastro, da reza, da fogueira, da música, dos bebes e vem, fazer baile, das Diversões. Constituía-se não significativo da festa local, env se transformava in Centro de UMA Sociabilidade Mais Ampla. in Momento Que OS SEUS reafirmavam Participantes Laços de parentesco, vizinhança e Amizade, número Ambiente de confraternização. As Portas e abriam SE, COM ISSO, uma possibilidade de Consolidar OS Laços de Família, uma afeição com Amigos parágrafo OS e OS interpessoais Nexos, alem de se CRIAR Oportunidade parágrafo Contatos Sociais Novos, ampliar o Grupo de PESSOAS Que conheciam. 19

A Maior Presença dos Setores Populares, Trabalhadores de, nao Significa um Exclusão de Outros Segmentos Sociais, Militares Como e Comerciantes, Que also participavam Como UO festeiros Acompanhantes das procissões e comemoravam DEPOIS como festas in Salões, Clubes SEUS eles. Essas OUTRAS Formas de Comemoração, porém, segregações revelam OUTRAS ocorriam JÁ Que nenhuma Cidade da Espaço.

Vários Traços da Organização das Festas Populares ERAM com Compartilhados como Oficiais, promovidas Pela Igreja Católica: festeiros OS, o capitão-de-mastro, o alferes-de-bandeira. Nessa Organização, NAS Festas Populares de São João, incluíam-se cururueiros OS also, como puxadoras de reza, (Por festeiros de São conhecidos also OS juiz e juíza, rei rainha ou) compunham o chamado rainhado (Reinado). Um Grupo indispensável, de Apoio à Arrecadação de Doações, also NAS mobilizado era festas da Igreja. O cronista Gavião, Por Exemplo, in Publicar AO 4 de Dezembro de 1909 SUAS Semana da Impressões, acordara em 5 Horas da Manhã de Segunda-foguetes UMA música, com feira e hum Que mencionou Movimento de Moças e Rapazes se dirigindo à Igreja Matriz. Que Afirmou, de SUA Janela, presenciou uma Formação de "um bando precatório n º coletar esmolas um São Benedito". O autor questionava uma fama de milagreiro do santo, afirmando Que OS milagres Que haviam JÁ LHE Sido atribuídos se tornaram corriqueiros parágrafo a Ciência da Época. Nao Desse debate e ocupamos Que nsa, MAS da importancia Que Tal Prática assumia nd Preparação das festas, envolvendo parcelas da População, especialmente OS Jovens. 20

«Além das festas juninas, como Mais comemoradas Pela Igreja, mencionadas Pela Imprensa e also Por ERAM memorialistas: a do Divino Espírito Santo, maio in Junho / (Festa Móvel), um de São Benedito (no MÊS de Setembro) eA da Imaculada Conceição, Não Início de Dezembro. PARALELAMENTE à Organização, outros Componentes COMUNS Às festas promovidas Pela Igreja e Populares ERAM Por uma Refeição gratuita, soluço dos festeiros Responsabilidade do Ano, um baile música igualdade de oportunidades. Podiam incorporar Atividades Artísticas, Como Apresentação de Peças teatrais. Nas comemorações da Igreja, nenhum dia último, havia semper hum sorteio dos festeiros Próximos, a elite da geralmente PESSOAS local, Comerciantes, Militares Políticos ou. Essas festas, comia uma Segunda Década do Século XX, constituíam-se Forte in Apelo à População. MESMO NA Década mês seguinte, NAS festas de Nossa Senhora (Imaculada Conceição), matava-se e gado como PESSOAS ficavam Quase UMA Semana comemorando. Essa, festa era realizada Margem Esquerda do Rio nd, in Cidade a Frente.

De atuarem como festas Populares, Como uma de São João, apresentarem Na Sua Organização Geral Elementos com COMUNS como Oficiais, de ALGUMAS SUAS Práticas causavam desconfiança Entre Autoridades eclesiásticas, tentaram coibi-que las. Eunice Rocha Afirma Que Chegou pároco hum Solicitar Forças policiais um, NAS principais Ladeiras da Cidade n º Proibir, como procissões de São João. Embora prejudicados, OS festejos mantiveram si mesmo, como procissões Por passaram Caminhos Mais distantes e atingir parágrafo estreitos como Margens do rio UO como cacimbas. 21

A Interpretação Desse Fato mereceria Estudo Mais aprofundado, nsa Mas nao furtamos alguns Aspectos apontar um. A festa de São João, JÁ Como mencionamos, representou UMA Tentativa de cristianizar Ritos de Fertilidade pagãos, Associados AO solstício de Verão nd Europa, e não Aqui OUTRAS Brasil, Corumbá em, incorporou Marcas, Como o cururu, de Origem Indígena. ASSIM, atuarem de "cristianizada", UMA Ganha Autonomia popular, Normas Próprias AO fogem Que Controle da Igreja Católica, incorporando Novos Significados e Práticas. Como Próprias versões citadas, Por Exemplo, Sobre a Morte de João Batista e Os acontecimentos milagrosos com Seu Corpo, nao constam da Bíblia. Notamos, also, Que Práticas consideradas supersticiosas Pela Igreja, Tais Como o Banho do Santo e como simpatias par se obter o Desejado Parceiro Amoroso, guardam proximidades com o Núcleo de e Significados OS Elementos simbólicos das festas pré-Cristas, a Água, o Fogo , um Fertilidade eA Renovação.

A Resistência dos festeiros e da População Às tentativas de Interferência à Força in SUAS Formas de comemorar PoDE serviços entendida also Como uma necessidade de garantir hum Espaço Autônomo, POIs ERAM UMA das festas Oportunidades Que OS Trabalhadores Pobres tinham parágrafo Fazer da Vida Algo Mais agradavel . Eram esperadas e apreciadas Pelo Povo, hum Momento de Suspensão dos Problemas e da Miséria, de Expectativas e Esperanças Enfim, de humanização da Vida dos oprimidos.

Como varias Formas de Intervenção das Autoridades parágrafo Controlar Certos Hábitos e Práticas da População? Tais Como uma Igreja da, procissões in Relação AO como e Banho do Santo, uma unidade organizacional da Polícia, contra CERTAS Danças, Jogos e corridas de animais, um Fim de instaurar uma Ordem EO Silêncio? entendidas serviços podem Dentro do Contexto de Estabelecimento de Um Novo MoDo de Vida na Cidade, comeu MESMO de acentuar uma disciplina de Trabalho. Daí, Viam uma necessidade de extinguir Tradições nao PROMOVER e condizentes um Repressão AO Desejo de se divertir livremente. MESMO Que como Autoridades mencionadas Razões agissem distintas por (oposição religiosa e legal como Formas Populares de Diversão), in Comum possuíam uma pretensão de Controle Sobre o andamento dos Trabalhadores livre.

Thompson, AO analisar A Situação da classe trabalhadora nd nd Inglaterra Passagem n. O Século XIX, Afirma Que o Metodismo mediou uma disciplina do Trabalho nd industrialização. Como metodistas proibições contra Jogos de Cartas, danças, teatro etc deixavam clara SUA Intenção extirpar de Tradições como pré-Industriais dos distritos manufatureiros. Dessa forma, como Diversões dos Pobres FORAM UMA Alvo de forte oposição religiosa e legal. Traduza Que se considerar, contudo, Segundo o autor MESMO, Que, se Novos Padrões de disciplina do Trabalho Sendo acabaram prevalecendo e incorporados, como Diversas Formas de Resistência Fazem Parte Dessa História, com uma Perspectiva qua trabalhamos. 22

Oficiais Nas festas, realizadas soluço uma Organização Mais Direta da Igreja, Seu Espaço in institucional, não existia preocupação com o Clero Comportamento dos Participantes, especialmente como Mulheres. A Participação feminina, Que era marcante NAS celebrações festas UO, Por Vezes assumia funções Atividades UO nao recomendadas Pelo bispo de Cuiabá, Dom Carlos, Que, in Carta de 29 de junho de 1900, EAo padres salesianos enviada, manifestou descontentamento com Seu um " Festa da profanação "do Divino Espírito Santo, SEJA quali, o Fato de não cantarem Moças coro da Igreja, juntamente com OS Homens, acompanharem e uma Procissão, conduzindo como varas festeiros OS Que circundavam. Nessa missiva, criticou o Vigário entao Constantino anuir Por Tarsio e assistir um palerma Tudo hum Como. Em Resposta, o Padre Salesiano Cavatorta confirmou o Fato, Que era Cronico O Problema da Presença de Moças in Homens e Atividades Religiosas Conjuntas, e complementando Que Ninguém se admirava descompas. 23

A Resposta do Padre Cavatorta Que indica uma Presença quebrando hierarquias feminina, TIDA Como profanação Pelo Bispo, Comum e era plenamente aceita Pela COMUNIDADE local. ESSA Ocorrência nsa Supor Que Permite, de uma Influência de Imigrantes possibilitava Novas RELAÇÕES Sociais, Mais Que informais como de costume, todos Menor Sendo uma segregação Entre Homens e Mulheres NAS Atividades Religiosas. Outra possibilidade interpretar in Consiste um Atuação da Igreja Menor com peso hierárquico; o bispado era in Cuiabá EO Vigário NEM semper SUAS orientacoes respeitava, O Que LHE acarretou suspension Pelo bispo, não SUAS Ordens de Exercício, nadadeiras in de 1900, e, Posteriormente, SUA TRANSFERÊNCIA parágrafo Cáceres. 24

Em Corumbá, como festas Populares, Como uma de São João, momentos ímpares ERAM de Cultura e Expressão da Manifestação popular, de Sociabilidade, Tradições Diversas Integrando, NAS cais Quais d'Orsay como camadas Populares Intensidade com se envolviam. Como festas possuem potencial parágrafo hum hum se tornarem Momento de liberação e de Manifestação popular, OU MESMO de quebra de comportamentos padronizados.

Em Carta Publicada Pelo Iniciador de 1 º de julho de 1883, in SUA Seção Campo Neutro, missivista registrou o Que nd Noite de São João uma Animação fóruns grande, com muitas fogueiras, muitas salvas e muitos gatos pretos (bebedeira). Elogiou o Fato de nao ter ocorrido nada grave de uma lamentar, avaliando Que OS Amantes do "Deus Baco" talvez estivessem compreendendo uma importãncia Beber sabre. Considerou Que Corumbá nao oferecia nenhuma distração e, quando ocorria UMA festa, ELA SE Törnävä verdadeiramente popular. O Texto Que sugere, AO referir-se o AO, popular autor pensasse Nessa Dimensão da Liberdade Algazarra, bebedeira e desregramento, proximos dos rituais carnavalescos.

Nessa perspectiva, OS Autores Que tratam da festa de São João de Corumbá in, citados Já, AO caracterizarem O Que in Momento como varias procissões, andores COM SEUS, se encontravam nd Ladeira Próxima AO PORTO, afirmam vivas Que OS, OS e rojões como simpatias (Passar Por Baixo do andor) assumiam o carater de rituais carnavalescos.

Trata-se de hum Mais Ponto de Contato com Aspectos observados in Por Peter Burke Relação um ESSA Festa na Europa. Que Afirma in Florença, Cuja COMUNIDADE tinha o santo padroeiro Por, e MESMO NA Estónia, adotavam UMA forma carnavalesca de Comemoração:

Num Certo Sentido, Toda festa era hum Miniatura Carnaval, Na Medida Que era in UMA desculpa par de uma Desordens Realização e se baseava não MESMO Repertório de Formas Tradicionais procissões incluíam Que, corridas, batalhas, simuladas, Casamentos simulados etc ... como Grandes festas do Ano Comum tinham in rituais, e Que o carnaval constituía hum Agrupamento de suma importância especial os tais rituais. Pensar o nas Festas Religiosas dos inícios da Europa Moderna Como Pequenos carnavais estabele da Verdade Mais Perto do Que concebê-las Como sepulturas rituais sóbrios à Maneira Moderna. 25

O Carnaval, especificamente, Uma festa era de suma importância não Âmbito da Cidade da Cultura. De atuarem considerado profano, SUA Compreensão tão completa se se pensada Em Tempo hum Relação à quaresma, de jejum, abstinência de carne, sacrifícios e ORACOES, PROPOSTO Pela Igreja Cristã in Preparação à Páscoa: Celebração da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Nessa oposição e Que o Carnaval Ganha Maior Sentido. Trata-se de festa Que rituais aglutina E OUTRAS Práticas vivenciadas de forma Menos Intensa NAS Demais comemorações.

Era festejado DESDE o final do Século XIX, in Corumbá, constituindo-se in Mais uma de SUAS Tradições Populares. A principal forma de se comemorar o Famoso era entrudo , foliões in consistindo davam verdadeiros banhos Que d'Água Transeuntes nsa, cais Quais d'Orsay OS, in Geral, aderindo à brincadeira acabavam. Era Hábito, Entre como Famílias da elite, reunirem-se e fazerem UMA Guerra de limão-de-cheiro. Havia UM TODO Jogo de cumplicidade. Escolhiam previamente UMA casa e SEUS moradores sofreriam o assalto, in OCASIÃO Que se estabelecia UMA Batalha Entre Os Dois Grupos, Componente principal Cujo era um Água, atirada Por Meio de vasilhas. Mulheres e Homens e participavam, muitas Vezes, uma brincadeira finalizava-se com baile animado e Um vem e bebes. 26

Brincadeiras Nessas, also havia extrapolações aceitáveis dos Padrões, Tais Como o USO de limão-de-cheiro Outros Líquidos com, tinturas Manchar Pará como Roupas, Água com odores desagradáveis Pimenta MESMO OU COM O OBJETIVO de atingir OS Olhos dos Transeuntes. Nem Todos aceitavam uma Natureza da brincadeira e muitos briga parágrafo partiam.

ESSA forma de Brincar o carnaval, originaria da Portuguesa Tradição e introduzida não DESDE OS Brasil tempos Coloniais, Que se diferenciava de forma OUTRAS européias Como, Por Exemplo, uma de Veneza, com o tempo FOI Sendo considerada nao Muito civilizada, sofria restrições e . Os bailes de salão, com fantasias e Máscaras (especialmente fundamentados Na Tradição Veneziana) e Os préstitos passaram representar um Mudanças nd forma de comemorar e Mais de ACORDO COM OS Novos Padrões considerados civilizados. 27 Contudo, tal como descritas nao FORAM Práticas de Todo eliminadas, Durante Convivendo com tempo Longo como novas. Abordamos ESSE Momento constituidor de Novas Formas de comemorar SEUS Significados e.

Mudanças nd forma de comemorar, a Partir de meados do Século XIX, revelam Transformações do Meio Urbano, de incorporação de comportamentos Novos Associados à Modernidade. Trata-se de UMA Trajetória de convivência das Manifestações Populares e de Participação NA SUA festa, also Como de Elaboração do ESPETÁCULO, uma vez que tenha OS qua Trabalhadores Menos favorecidos tornam-se Assistência (dos préstitos e corsos), e MESMO ESSA serviços Deverià condição Bem comportada, vigiada Pela Polícia.

Todos OS Anos, o Carnaval e Espaços ocupava REFERÊNCIAS NA Imprensa de Corumbá, Quer Sobre parágrafo Preparativos chamadas OS, Quer Sobre o transcorrer da folia, bailes dos. Entre como SUAS Formas de Apresentação, passaram Que uma valorizadas serviços, constava uma Realização do préstito carnavalesco, o desfile de Carros de Tração animal, alegorias Diversas com, e configurando uma sátiras HOMENAGENS Personagens OU um RECENTES acontecimentos. ASSIM, essas Formas de festejar also in incorporadas ERAM Corumbá. 28

Considerando OS abordados temas sas Desfile, Entre 1904 e 1911, e analisar e mapear Possível Questões como principais povoavam Que como preocupações de Parte dos corumbaenses Naquele Momento. Ao tempo MESMO COM in conviviam Que uma possibilidade de Comunicação Imediata com o Mundo, através Telégrafo, careciam de Tecnologias OUTRAS JÁ in Centros Disponíveis Outros, Como um Iluminação Elétrica? Que era uma possuíam um querosene; Daí, o chiste Sobre a Iluminação Fumaça uma tematizada alegorias, Pelas. Como principais preocupações com uma Cidade referiam-se à Ordem, AO Que incomodo como Velhas Casas do provocavam centro, embelezamento Seu prejudicando, Que E, A Época, a prefeitura tentava eliminar, O Que significava afastar dali OS Mais carentes. UMa greve dos despachantes FOI ironizada. O Termo greve Muito Ainda nao era usual, e carregava Naquele Momento hum Sentido de subversão Perigo. O jogo do Próprio Que, retornava bicho, epidêmico ter Sido hum Por combatido geral Que viera parágrafo Cuidar das Fronteiras, figurava Naquele Universo de Críticas.

Como Críticas carater nao tinham de contestação AO AO Sistema e regime republicano, ERAM forjadas não Âmbito e da elite local, Em parte, constituíam-se in Ataques de Pessoal Ordem, carnaval epidêmico revanche com o. Elaboração Suá Pela Feita era corumbaense Juventude e letrados Pelos? Jornalistas e Poetas?, Haja vista à Produção de folhetos in versos. Em Razão do Exposto, PODEMOS AFIRMAR Que tinham hum Conservador Predominantemente carater. Disso Além, UMA sofriam censura prévia, env Clubes OS tinham hum apresentar Que o Projeto das alegorias Pará Um Polícia, examinadas pingos Serém parágrafo do desfile. Mais uma Vez, a Vigilância. Ressaltamos, FIM por, Que embora tenhamos constatado uma Presença do Desfile Povo nsa, nao HÁ Participação Direta deste Preparação SUA in? Pelo Menos, Nesse Momento.

Contudo, Ressalte-se Que o carnaval, no Espaço Urbano, constituía-se Num dos poucos Momentos de explicitação de Crítica, uma vez que tenha sas humor Desfile PRESENTE. Na Imprensa comeu corumbaense, nao havia uma veiculação do humor visual, Pelo Menos uma Segunda Década do Século XX, a EA Crítica social Mais mordaz, Escrita, ficava Por Conta dos pasquins Vários, efêmera Vida Que tinham, e dos cais Quais d'Orsay apenas temos REFERÊNCIAS Muito Gerais . Porém, grande Parte parágrafo descambava Deusas como infindáveis disputas e Divergências de Detalhes, Ataques Pessoais parágrafo desqualificar adversários.

Em Razão das CONSIDERAÇÕES apontadas, PODEMOS AFIRMAR Que como festas Que adquiriram hum carater popular Mais acentuado estavam Corumbá in vinculadas uma Elementos simbólicos eA Tradições ofereciam Que à População Maior possibilidade parágrafo re-Significa-los, a Partir de Seu cotidiano e Contexto social. FOi O caso das festas de Carnaval e São João, com um cais Quais d'Orsay como População Mais se identificava. ASSIM, OS Elementos simbólicos Desta ÚLTIMA? Como um Água, o Fogo e SEUS Significados de Fertilidade e Renovação? originários de festas pré-Cristas haviam Que Sido e apropriados Pelo Cristianismo, acabaram Sendo reapropriados Pela População, atraves do MESMO campo simbólico.

Nas Festas Populares Aqui analisadas, e uma caracteristica imbricação Entre o Sagrado EO Profano, Cujo entendimento implicações consi-los Conjunto eles. São exatamente como Fronteiras POUCO definidas Desses campos Que oferecem Práticas Margem como devocionais, ORACOES como, simpatias como, igualmente à Diversão, lazer AO e à bebedeira, constituindo-se in Momentos de Sociabilidade IMPORTANTES, MAS also de resistências e contestação.

NOTAS

Revista Brasileira de História

Um comentário:

rafael caxile disse...
Este comentário foi removido pelo autor.